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Varginha: deputada do PSOL quer que circunstâncias para ‘grande número de mortes’ sejam apuradas;

A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputada Andréia de Jesus (PSOL), pediu ao Ministério Público de MG e à Polícia Militar que investiguem as circunstâncias que levaram ao “grande número de mortes” na ação do último domingo (31), em Varginha, que terminou com 26 pessoas mortos — um deles, seria caseiro de um sítio. A operação, segundo a PM e a Polícia Rodoviária Federal, foi para impedir uma quadrilha do chamado “novo cangaço”, que planejava um roubo de R$ 65 milhões num centro de distribuição de dinheiro da cidade. Segundo os agentes, houve confronto.

— Reforço a necessidade de se investigar a fundo. Fizemos um requerimento na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia e (a investigação por parte do legislativo) está para ser aprovada na próxima reunião ordinária. Também fizemos um pedido para que a corregedoria da PM investigue essa ação, assim como fomos ao Ministério Público e à ouvidoria externa do MP. Por telefone, já conversei com a promotora de Direitos Humanos, e eles já estão abrindo um processo de investigação para esclarecer a causa para este número de mortes. Minha intenção foi de somar à iniciativa do MP — contou a deputada, nesta terça-feira.

Para ela, é preciso apurar se houve ou não necessidade para o “uso da força”, que terminou em 26 mortos.

— Eu considero gravíssimo que uma operação policial, que tem como finalidade prevenir crimes, impedir que a criminalidade avance, não seja exitosa e leve a óbito 26 pessoas. A abordagem não observou o protocolo de Direitos Humanos, que estabelece que em primeiro lugar deve-se preservar a vida das pessoas. A polícia precisou matar 26 pessoas — comentou. — Não sabemos ainda as circunstâncias que levaram a esse número grande de mortos, se houve troca de tiros, confronto, tudo isso a polícia ainda irá investigar. Aliás, causa estranhamento que a Polícia Civil não tenha participado da operação, porque é essa integração que garante êxito. Agora, ela está incabida de fazer os exames periciais para saber se houve confronto e se houve uso de força desnecessária.

Questionado se já acompanha, ou mesmo investiga o caso, o Ministério Público de MG não respondeu à reportagem.

Quem se manifestou, e de forma contrastante à da parlamentar, foi o governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Em sua rede social, Zema parabenizou os agentes e os chamou de “heróis”. Segundo ele, ações de inteligência tem reduzido o número de ataque a bancos em MG.

“Desde 2019 o trabalho de inteligência e integração das forças de segurança do Estado tem reduzido o número de crimes e os ataques a bancos em Minas. Na operação de ontem em Varginha, no Sul do Estado, a união da Polícia Militar de Minas Gerais e da Polícia Rodoviária Federal evitou um verdadeiro cenário de guerra, que já havia acontecido em outros locais por onde esses bandidos passaram. Parabéns aos heróis envolvidos em mais essa operação. Aqui a criminalidade não tem vez”, escreveu.

Arsenal de guerra

Segundo a polícia, os criminsoso planejavam um grande ataque, e num dos endereços onde eles foram encontados, num sítio, foram apreendidos cerca de 40kg de armas de grosso calibre, como uma .50 — capaz de derrubar aeronaves — explosivos, munição e equipamentos de guerra. Eles planejavam fugir usando um caminhão de carga com fundo falso.

Dez mortos identificados

A Polícia Civil, com apoio da Polícia Federal, já começou a identificação dos corpos, que fora levados ao Instituto Médico-Legal de Belo Horizonte (IML-BH), onde, segundo os investigadores, há mais recursos para realização de exames de datiloscopia, coleta de DNA, análise de arcada dentária etc.

Oito laudos foram concluídos pela Polícia Civil, e o restante pela Polícia Federal, havendo parecer técnico de ambas as instituições. Todos foram obtidos por meio de datiloscopia (impressões digitais). Os dez dos 26 mortos já identificados são:

  • Artur Fernando Ferreira Rodrigues, 27 anos, Uberaba (MG)
  • Dirceu Martins Netto, 24 anos, Rio Verde (GO)
  • Gerônimo da Silva Sousa Filho, 28 anos, Porto Velho (RO)
  • Gilberto de Jesus Dias, 29 anos, Uberlândia (MG)
  • Gleisson Fernando da Silva Morais, 36 anos, Uberaba (MG)
  • Itallo Dias Alves, 25 anos, Uberaba (MG)
  • José Filho de Jesus Silva Nepomuceno, 37 anos, Caxias (MA)
  • Nunis Azevedo Nascimento, 33 anos, Novo Aripuanã (AM)
  • Raphael Gonzaga Silva, 27 anos, Uberlândia (MG)
  • Thalles Augusto Silva, 32 anos, Uberaba (MG)

— Assim que a Polícia Civil tomou conhecimento dos fatos, nós fizemos o deslocamento da nossa equipe de apoio aéreo, que levou legistas ao local, para que começássemos o primeiro trabalho de reconhecimento dos corpos. Já em Varginha, foi feita numeração dos corpos, a coleta inicial das digitais, para que os corpos fossem transladados para o IML de Belo Horizonte. Nós decidimos fazer esse translado por conta da complexidade da identificação de 26 desconhecidos — contou a médica-legista Tatiana Telles, secretária executiva da Secretaria de Segurança Pública de MG, durante coletiva.

Segundo ela, em seguida será feita uma análise dos DNAs colhidos nos corpos, que buscará coincidências com outras amostras colhidas em locais de crime pelo Brasil. A Polícia Civil afirmou que seguirá a investigação da vida pregressa dos suspeitos, “bem como dos fatos e de suas circunstâncias para possíveis correlações com outros eventos”.

— Nós possuímos quatro técnicas basicamente: a datiloscopia, que é a impressão digital, o exame odontológico forense, o DNA, através da coleta por swab ou pelo sangue, e os dados de antropologia forense: cada pessoa tem suas peculiaridades, seus sinais particulares, então podemos fazer identificação através de uma tatuagem, deformação óssea, próteses, cirurgias que já aconteceram anteriormente etc. Tudo isso é importante para que a gente faça a comparação, uma vez que se tratam de pessoas desconhecidas — acrescentou o médico legista Marcelo Mari, que pediu ainda que parentes que estão atrás dos seus entes queridos levem exames médicos, documentos ou outros ofícios que ajudem a identificá-los.

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FONTE: Terra Brasil

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Publicado por » Danny Bueno

Especializado em Jornalismo Político e Investigativo. Está radicado nos Estados de Mato Grosso e Rondônia, construiu a carreira trabalhando para sites, jornais e emissoras de TV de Mato Grosso e Rondônia. É assessor de imprensa, é roteirista, produtor de eventos, compositor, editor de conteúdo, relações públicas, analista político e de marketing social. É filiado à ABRAJI - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. (http://portaldosjornalistas.com.br/jornalista/danny-bueno)

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