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O grupo secreto de WhatsApp que funciona como ‘clínica virtual’ de aborto

Investigação de cinco meses revela venda de medicamentos abortivos e situação de mulheres que recorrem à prática

Durante as primeiras duas horas, não sente efeito algum e questiona se os remédios que tomou vão funcionar. “Eu estou muito ansiosa para dar certo.”

Após cinco horas de expectativa, começa a sentir dores muito fortes e se desespera. “Não sei mais o que eu faço! Está doendo demais, demais, demais. E não vou aguentar. Acho que eu vou desmaiar!”

O relato é feito em áudio e texto para outras 90 mulheres de diferentes regiões do Brasil que integram um grupo secreto no WhatsApp destinado orientar mulheres que querem interromper a gravidez, e, em último caso, fornecer remédios abortivos e acompanhá-las durante o procedimento.

“Acho que eu nunca senti tanta dor na minha vida!”, relata a jovem, chorando, em áudio enviado ao grupo. Outras mulheres que também interromperam a gravidez com medicamentos tentam tranquilizá-la. “Amiga, calma. Eu senti essa dor ontem. Tem alguém com você?”

“Não tem ninguém comigo. Tem só o meu irmão. Só que ele é pequeno, ele é criança. Não sei mais o que eu faço!”, responde Ana. Várias mulheres começam a se manifestar, tentando ajudá-la. “Esquenta uma bolsa de água quente e coloca na barriga. Logo vai passar a dor.”

Elas passam toda a madrugada trocando mensagens. O desespero de Ana, que dá detalhes das cólicas e do sangramento, continua. Às 7h, a jovem chega a cogitar chamar uma ambulância. “A dor está tão forte quanto antes. Será que eu já posso chamar uma ambulância? É muita dor, dor, dor!”

Fazer isso seria se autoincriminar por prática de aborto. E abrir caminho para que as mulheres que venderam o medicamento fossem denunciadas também. No Brasil, aborto é crime. Só é permitido interromper a gravidez em caso de estupro, risco para a vida da mãe e feto com anencefalia.

“Espera, essa dor vai passar”, diz uma das integrantes do grupo.

A voz adolescente chama a atenção das outras mulheres. “Quantos anos você tem?”, pergunta uma delas. “Tenho 16”, responde a garota. Ela conta que a família não sabe da gravidez. “Minha mãe deve chegar daqui a pouco. A casa está imprestável, principalmente os lençóis. Vou ter que contar para ela.”

Doze horas depois de começar a abortar, a jovem diz que a mãe chegou em casa. “Contei para ela. Ela falou que vai me levar ao médico. Vou apagar essas conversas.” Logo depois, a menina deixa o grupo de WhatsApp.

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NA BBC

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FONTE: PAINEL POLÍTICO

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Publicado por » Danny Bueno

Especializado em Jornalismo Político e Investigativo. Está radicado nos Estados de Mato Grosso e Rondônia, construiu a carreira trabalhando para sites, jornais e emissoras de TV de Mato Grosso e Rondônia. É assessor de imprensa, é roteirista, produtor de eventos, compositor, editor de conteúdo, relações públicas, analista político e de marketing social. É filiado à ABRAJI - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. (http://portaldosjornalistas.com.br/jornalista/danny-bueno)

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