Em nota, Colégio Notre Dame informou que funcionária foi afastada do cargo. Mulher ainda sugeriu que vítima usasse chapéu e perucas.
A diretora de uma escola particular de Brasília foi afastada do cargo, nesta semana, após sugerir à mãe de uma criança da instituição – que luta contra o câncer há 4 anos – o uso de perucas e chapéu. Segundo a gestora, a imagem da mulher seria “agressiva”.
O “conselho” foi dado por Loiva Urban – irmã de caridade e, então, responsável pelo Colégio Notre Dame – na última segunda-feira (30), e causou revolta na família de Carol Venâncio. Em entrevista ao G1, a irmã da vítima, Camila Venâncio, disse que foi à instituição assim que ficou sabendo do caso.
“A Carol estava chorando e me contou o que aconteceu. Na escola, a diretora ainda foi além e falou: ‘sejamos realistas, a imagem dela é assustadora’.”
Indignada com a situação, Camila decidiu fazer um desabafo nas redes sociais. A publicação ganhou repercussão. Até as 17h30 desta quinta-feira (2), a postagem já tinha alcançado 2 mil curtidas e 635 compartilhamentos.
No texto, a gerente destaca a força da irmã e descreve o episódio envolvendo a instituição. “Carol Venâncio Duarte, você é meu exemplo de força e coragem, sua luz e bondade não serão abaladas por esse ser humano pequeno, que se diz uma irmã de Deus. Estou do seu lado, e vamos enfrentar mais essa”, escreveu Camila.
Em nota enviada à reportagem, a rede de ensino afirmou que a Congregação de Nossa Senhora tomou conhecimento do caso pelas redes sociais e “imediatamente” afastou a irmã Loiva Urban da direção do Colégio Notre Dame Brasília. Segundo a instituição, o ocorrido tem sido tratado pelas assessorias jurídicas dos envolvidos.
“A irmã Loiva desde então ficou à disposição do Conselho Provincial e da superiora provincial, a quem responde pela profissão dos votos religiosos na Congregação de Nossa Senhora”, diz o comunicado.
Sequência de ofensas
De acordo com Camila, a sobrinha dela, de 11 anos, começou a sofrer bullying no colégio – onde estuda há nove anos. A situação teria começado após Carol ter perdido os cabelos com o tratamento de quimioterapia, feito a cada duas semanas.
“Algumas crianças se afastaram dela, dizendo que têm “nojo” devido à doença da minha irmã. Isso trouxe muito sofrimento a todos nós”, relatou Camila no Facebook.
A mãe chegou a ir ao colégio sem lenços ou perucas, no primeiro semestre. Ainda antes das férias escolares, Carol procurou a coordenação da escola para pedir providências em relação ao bullying contra a filha. Ela teria, inclusive, sugerido fazer uma palestra no local para orientar as crianças.
Com a volta das aulas na última segunda (30), a pedido da filha, Carol foi à instituição com uma peruca e um chapéu. Foi então que, segundo ela, a diretora fez os comentários preconceituosos – elogiando os acessórios, e criticando o visual anterior.
Ao ouvir as ofensas, Carol contou à irmã que teve uma única reação: pedir que a filha se afastasse para não presenciar a cena. Ao confrontar a direção do colégio onde a sobrinha estuda, Camila ainda conseguiu retrucar, mas diz que também acabou deixando o local.
“Respondi que ela era assustadora. Que assustadores eram o preconceito e o ódio daquela senhora. A gente esperava que ela tivesse compaixão e nos acolhesse.”
“Minha irmã já luta contra o câncer há um tempo. Ela nunca se vitimou por causa da doença. É a mulher mais forte e incrível que eu conheço. Ela quer muito viver e viver com muita alegria.”
Diante do ocorrido, uma outra escola particular de Brasília ofereceu uma bolsa de estudos à filha de Carol. Além disso, um grupo de mães da nova escola se mobilizou em apoio à família, arrecadando uniforme e livros.
Fonte: g1
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FONTE: PAINEL POLÍTICO
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